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Entrevista com Grubby, o lendário jogador holandês de Warcraft III

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Conhecido como o “rei dos orcs”, Grubby é lembrado até hoje como um dos mais talentosos pró-gamers de todos os tempos

Se você é fã de Dota 2 provavelmente já ouviu falar em Warcraft III (WC3), game que deu origem ao MOBA da Valve. Assim, pensando nos fãs do game da Blizzard e dos Esports, trouxemos uma entrevista exclusiva com Manuel “Grubby” Schenkhuizen, que atualmente é streamer na Twitch.

Considerado como uma lenda viva dos esports, Grubby já conquistou mais de 40 campeonatos LAN de WC3, passando por grandes organizações como 4Kings, Meet Your Makers e Evil Geniuses. Além disso, o pró-gamer holandês também é um habilidoso jogador de Protoss em Starcraft II.

Grubby atualmente se dedica ao seu canal na Twitch
Foto reprodução: Twitter/Manuel

Confira, com exclusividade, a entrevista com o Rei dos Orcs

PichauArena: Você poderia nos contar um pouco sobre o início de sua paixão pelos games? O que te atraiu nos títulos da Blizzard?
Grubby: Desde que eu me lembre jogos de PC têm sido uma parte importante na minha vida. Jogar sozinho permitiu me entreter, desafiar a mim mesmo além de me manter focado. Por outro lado, jogar com amigos e com meus irmãos permitiu florescer o lado competitivo em mim. Isso se tornou algo divertido e muitas vezes mágico na minha vida.
Eu sempre fui atraído por jogos RPG e especificamente RTS. Meu primeiro jogo da Blizzard foi Warcraft 2; me apaixonei por ele. A jogabilidade, a história, a música, os efeitos sonoros, a campanha, o multiplayer e a capacidade de criar e reproduzir mapas de usuários; eram infinitas as possibilidades. O nível de detalhamento e suporte contínuo nos jogos da Blizzard é o que me tornou um fã desses games ao longo da vida – Títulos como StarCraft 1, WarCraft III e muito outros.

PichauArena: Você sendo um dos precursores dos Esports: há muita diferença daquele início para o cenário atual?
Grubby: Existem muitas diferenças. Uma interessante é que em 2000-2004, os jogos que faziam parte do cenário competitivo eram frequentemente orientados pela comunidade e, depois, repensados pelos produtores. Invariavelmente, a popularidade e divertimento eram o foco, seguido de um possível cenário competitivo e por último um sistema de patrocínios. Atualmente, o desenvolvimento de jogos exige que o produtor pense em “queremos que se encaixe nos Esports, também”? E planeje de acordo com esse objetivo. Os jogos às vezes são incentivados com enormes premiações, de tamanho quase impensável no passado, mesmo quando o jogo não é necessariamente desenvolvido para competições.

PichauArena: Não podemos pensar em Grubby sem te associar com o sucesso de Warcraft III. Em sua carreira neste jogo, qual foi a partida mais memorável? Já enfrentou algum brasileiro?
Grubby: Obrigado haha. Vencer a WCG 2008 contra o Moon nas finais sempre permanecerá em minha memória. Porém houve muitos outros grandes momentos (e grandes ou dolorosas derrotas também).
O Brasil produziu grandes jogadores no WC3, mesmo em desvantagem pelo ping: os players brasileiros sempre jogaram com pings mais altos quando tentavam treinar em servidores norte-americanos ou europeus. Como resultado, eles podem nunca ter atingido todo o seu potencial como alguém que vivia na Holanda, por exemplo. Jogadores como Pato, Levin e Skyward tiveram ótimos resultados e serão lembrados como alguns dos melhores jogadores brasileiros de WC3. Em algumas situações já cheguei a enfrentar alguns desses!

PichauArena: Com o crescimento gigantesco dos Esports, você acha que há espaço para um possível lançamento do Warcraft IV?
Grubby: Há espaço, mas a Blizzard terá que provar que eles são capazes de desenvolver isso. Eu acho que ficam um pouco intimidados pelas expectativas do público. Eles não têm os mesmos desenvolvedores que tinham antes, e o desenvolvimento de um game para os Esports não está no mesmo lugar de 15 anos atrás. Warcraft IV seria rigorosamente questionado pelos fãs da Blizzard & Warcraft, ao mesmo tempo em que também precisaria apelar para grandes audiências. A maioria dos grandes desenvolvedores de jogos precisa pensar em captar um lucro máximo em seus títulos. Assim, criar jogos de “nicho” às vezes não é a melhor maneira de conseguir isso.

PichauArena: Hoje você se dedica ao seu trabalho como produtor de conteúdo na Twitch. Porém, podemos esperar que você volte ao competitivo de algum game no futuro?
Grubby: Não estou planejando voltar a jogar competitivamente como antes. Isso requer uma dedicação quase integral e afetaria negativamente minhas lives. Tanto streamar quanto competir exigem um enorme compromisso de tempo. Além disso, os dois trabalhos não funcionam simultaneamente, exceto se você sacrificar uma das partes.
Eu prefiro me concentrar em fazer meu conteúdo na Twitch da melhor maneira possível. Cada uma dessas fases acabará sendo um capítulo da minha vida, estimada em seus próprios caminhos. No entanto, eu ainda estou jogando showmatches na minha stream. Eu realmente gosto disso, assim como os espectadores!

PichauArena: Há milhares de brasileiros que são fãs do “lendário Grubby” e acompanham você até hoje. Gostaria de deixar uma mensagem para o seu público aqui no Brasil?
Grubby: Eu gostaria de ter a chance de conhecê-los um pouco melhor. Eu só fui ao Brasil uma vez e foi para um evento de Starcraft 2, o que me impossibilitou de ter muito contato com as pessoas. Espero que haja uma chance de algum dia encontrar vocês. De qualquer forma, obrigado pelo apoio! Desejo tudo de melhor e felicidade na vida de cada um de vocês! Vejo vocês na Stream 🙂

Redes sociais de Grubby
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Foto de capa: Reprodução/Grubby

Thiago Pereira é chefe de redação no PichauArena. Siga o seu trabalho em @Thiagohp18

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