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Minas no LoL: conheça Jime, a primeira ADC do cenário e relembre pro players

Jogadora é a primeira atiradora em torneios oficiais de LoL no Brasil

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Em 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e em 2022 a redação da Pichau Arena sentiu a necessidade de fazer um mês de matérias voltadas às minas do cenário.

Em uma data tão importante, lembrar da luta das mulheres é essencial. Serão quatro matérias relembrando a caminhada de pro players brasileiras que fizeram e fazem os eSports serem gigantes.

Nesta semana, falaremos sobre personalidades dentro do League of Legends (LoL) e nas próximas escreveremos sobre VALORANT, Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e Free Fire (FF). 

 

Minas no League of Legends

Na última semana de fevereiro, a RED Canids Kalunga anunciou novidades para o time Academy de LoL. A atiradora Bárbara ”Jime” Prado chega como novo reforço após vencer o reality show ULT (Ultimate Legends Training) ao lado de outros jogadores, entre eles, o topo Breno “niN“, também inscrito no torneio da Riot GamesConfira o anúncio:

Jime integrou o elenco do ULT, que tinha o intuito de revelar novos talentos para o cenário do  Multiplayer Online Battle Arena (MOBA).

A equipe composta por Nin, Luuukz, Angelzada, Jime e Kishine venceu os adversários Zecas, Miehe, Sleepy, Doppler e Renanzinho, consagrando-se campeã do programa no final de novembro de 2021. 

Com a vitória, os jogadores assinaram com a RED Canids, atual vencedora do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL). A atleta é a primeira mulher AD Carry em campeonatos oficiais de LoL no Brasil; além de ser a primeira integrante feminina em uma equipe da Matilha. 

 

Competindo desde 2019 

Team Innova
Imagem: Divulgação/Team Innova

O ULT e o Academy não são as primeiras experiências de Jime no competitivo de LoL. A jogadora possui uma longa trajetória, com direito a experiência internacional.

A carreira como pro player iniciou com o time feminino de LoL da Team Innova em 2019. Ao lado das companheiras foi vencedora do GIRLGAMER 2019 Esports Festival São Paulo, principal campeonato feminino da época. A vitória encaminhou o time para representar a América Latina em Dubai; na ocasião, terminaram em terceiro lugar.

Com o fim da line-up em janeiro de 2021, Jime se juntou à Play Again Esports por três meses. Por fim, foi selecionada para o ULT, que a levou até o Academy da Matilha. A participante se destacou no reality e acumulou uma ampla torcida. Com isso, disparou na frente em número de público em suas lives comparado aos outros colegas de programa.

 

Representações femininas no competitivo de LoL

INTZ Mayumi e Yatsu
Imagem: Divulgação/INTZ

A representatividade feminina no cenário competitivo de LoL no Brasil ainda é muito escassa mesmo sendo permitidos times mistos no CBLOL, fazendo as posições nas rotas de Summoners Rift permanecem concentradas em figuras masculinas.

Mesmo assim, as mulheres causam barulho quando entram, sendo positivo ou, infelizmente, negativo. A comunidade costuma ser cruel e ignora as consequências que ataques massivos podem causar naquelas que se dedicam na busca pelo sonho de jogar profissionalmente.

Desde que o competitivo no Brasil foi criado, as mulheres lutam contra baixas oportunidades, preconceito e a falta de acolhimento de torcidas e até mesmo clubes. Em algumas situações, estes podem ser fatores para que algumas decidam se afastar do jogo.

 

Imagem: Reprodução/ CNB eSports e ESL

Em 2017, Julia “Cute” Akemi defendeu a CNB Trinity White durante uma rodada da Superliga, sendo a primeira mulher a disputar o torneio. A suporte era a única Elo Desafiante no time e ainda assim os ataques preconceituosos no chat da transmissão não cessaram. A situação prejudicou a carreira como pro player e, atualmente, Julia prefere se dedicar a streams.

 

Imagem: Reprodução/Rensga eSports

Em altos e baixos da recepcionalidade da comunidade, Gabriela “Harumi” Silvério também fez história em 2020 como pioneira em competições brasileiras da Riot Games, com a sua inscrição no Circuito Desafiante pela Rensga. Na ocasião, a suporte recebeu grande apoio de torcedores e profissionais em sua estreia. Atualmente, atua no time da base dos Cowboys. 

 

Imagem: Reprodução/Saymon Sampaio

Julia “Mayumi” Nakamura entrou para a INTZ, um dos maiores clubes de eSport do Brasil, em 2019 e não guarda boas experiências. Apesar das expectativas na estreia no CBLOL, a organização substituiu sua inscrição para o retorno de Bruno “Hauz” Ferreira.

A pro player nunca foi convocada para partidas oficiais ou treinos, alegou que só era solicitada para ações publicitárias. O acumulo da falta de transparência por parte da organização levou Mayumi a processar e deixar a equipe nove meses depois.

Aos poucos o cenário parece dar leves sinais de evolução, pelo menos, no que se diz respeito ao Academy. Apesar de atualmente não haver mulheres no principal torneio, o CBLOL, a competição dos times de base surge como uma entrada e oportunidades para elas.

 

Imagem: Reprodução/Saymon Sampaio

Tainá “Yatsu” dos Santos é mid laner pela INTZ. Contratada junto com Mayumi, vivenciou experiências parecidas, como falta de oportunidades. Porém,  a jogadora foi escalada para temporada de 2021 e foi a primeira mulher a receber o MVP.

 

Outras organizações também assumiram a mesma posição, como a LOUD que inscreveu a caçadora Elizabeth “Liz” Sousa e a suporte Letícia “Miss” Porto. Além do Cruzeiro, posteriormente, Netshoes Miners, com a mid Ariel “Ari” Lino e a suporte Larissa “Lawi” Santos.

 

São passos de bebê quando falamos sobre igualdade e inserção de mulheres no competitivo, visto que nenhuma mulher competiu no principal torneio oficial em dez anos de competitivo.

Existe uma antiga crença de que mulheres não são competitivas como os homens e a falta de incentivo, espaço e referências no próprio cenário brasileiro dificultam mais um pouco as oportunidades.

Mesmo assim, neste momento, Jime é mais uma esperança para o desenvolvimento do cenário. Assim como, Liz, MayumiCute, Miss, Harumi, Ari, Lawi e Yatsu sempre serão.

 

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