Conforme publicado pela Reuters nesta quarta-feira (18), a Texas Instruments, ícone da indústria de semicondutores sediada no Texas, anunciou um ambicioso plano de investimento de mais de US$ 60 bilhões (R$330 bilhões) nos Estados Unidos, voltado à construção e expansão de sete fábricas de chips, ou “fabs”, distribuídas entre os estados do Texas (em Sherman e Richardson) e Utah (em Lehi).
O montante será direcionado à produção de semicondutores considerados “foundational” ou “legacy”, ou seja, chips analógicos e de processamento embarcado que abastecem desde indústrias automotivas até sistemas médicos e eletrônicos de consumo.
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Esse investimento massivo tem potencial para gerar mais de 60.000 empregos diretos em solo americano, segundo a empresa. A escolha de locais estratégicos, como o megasítio de Sherman, está alinhada ao esforço nacional dos EUA para reduzir a dependência de fabricantes asiáticos, ampliando a resiliência da cadeia de suprimentos após os impactos da pandemia.
Concorrência com gigantes?

A movimentação da Texas Instruments se encaixa no cenário de iniciativas similares promovidas por outras gigantes do setor, como a NVIDIA, que anunciou investimentos bilionários em servidores de IA, e a Samsung e Micron, que também expandem suas operações produtivas nos EUA.
Além disso, a expansão dá continuidade à trajetória da TI dentro do CHIPS and Science Act, programa federal que concedeu à empresa subsídios para suas fábricas em ativos de produção de semicondutores.
Pé no acelerador
Vale lembrar que nos últimos anos, a Texas Instruments já havia iniciado a construção de plantas de fabricação de 300 mm de wafers em Sherman e Lehi, mas agora acelera o ritmo com um plano ainda mais ousado, talvez recorde para sua história, que visa produção em escala massiva.
O presidente-executivo Haviv Ilan reforçou que a TI busca “capacidade confiável e de baixo custo” para atender à crescente demanda por chips usados em uma ampla gama de indústrias, incluindo automotiva, saúde e sistemas militares, com clientes como Apple, Ford, SpaceX, Medtronic e NVIDIA sendo citados como parceiros estratégicos.
Embora o cronograma de execução do investimento ainda não tenha sido divulgado oficialmente, as primeiras etapas já foram iniciadas, sugerindo que o impacto poderá ser sentido nos próximos anos, tanto em nível econômico, impulsionando o mercado de trabalho local, quanto em termos de competitividade industrial dos EUA frente à Ásia.