De acordo com uma publicação do Tom’s Hardware desta quarta-feira (18), a Intel, uma das gigantes globais da indústria de semicondutores, estaria se preparando para realizar uma rodada grande de demissões que pode atingir até 20% dos funcionários ligados à divisão de fabricação de chips, conhecida como Intel Foundry.
O rumor ganhou força após o vazamento de um memorando interno assinado por Naga Chandrasekaran, vice-presidente sênior de manufatura, no qual a liderança afirma que as demissões são “ações difíceis, mas essenciais“, dadas as atuais pressões financeiras enfrentadas pela companhia.
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Caso o percentual se confirme, mais de 10 mil trabalhadores ao redor do mundo podem ser desligados nas próximas semanas. A maior parte dos cortes deve atingir técnicos de fábrica, operadores, engenheiros e equipes de apoio, especialmente nas instalações de Hillsboro, Oregon, onde a Intel emprega cerca de 20 mil pessoas. O movimento pode inclusive ameaçar incentivos fiscais estaduais que dependem da criação de empregos, não da redução.
Desempenho abaixo motiva demissões

O pano de fundo para esse plano de reestruturação é um desempenho financeiro fraco. No primeiro trimestre de 2025, a empresa reportou um prejuízo de US$821 milhões, mais de R$4.5 bilhões na cotação atual, e segue perdendo espaço para concorrentes como a NVIDIA, principalmente no mercado de chips voltados para inteligência artificial.
Vale destacar que as ações da Intel caíram quase 30% neste ano, sendo negociadas hoje na faixa dos 21 dólares. A nova fase da empresa está sendo conduzida por Lip-Bu Tan, nomeado CEO em março de 2025, que tem promovido uma reestruturação ampla com foco em cortar camadas gerenciais, simplificar processos e focar em engenharia.
Diferente de cortes anteriores, desta vez não serão oferecidos pacotes voluntários de saída; as demissões serão definidas por desempenho, relevância técnica e prioridade estratégica.
Segundo fontes internas, os desligamentos devem começar ainda em julho. Oficialmente, a Intel confirmou que está passando por mudanças estruturais, mas não comentou o número exato de cortes. A companhia afirmou apenas que pretende conduzir esse processo “com respeito e responsabilidade”, enquanto tenta reposicionar sua atuação num setor em rápida transformação.