Conforme publicado pelo PCGamer nesta quarta-feira (30), durante a conferência “Direct Connect 2025”, a Intel revelou um novo passo em direção à automação de suas fábricas: a integração de robôs quadrúpedes desenvolvidos em parceria com a Boston Dynamics.
O modelo apresentado, batizado de “Chip”, foi demonstrado no palco, equipado com sensores térmicos capazes de detectar anomalias em equipamentos, como superaquecimento de motores, algo vital em ambientes industriais de alta complexidade.
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Para que serve o cão-robô?
A proposta da Intel com o uso de robôs como o Chip é clara: melhorar a coleta de dados em tempo real, prever falhas antes que se tornem críticas e, com isso, otimizar o funcionamento de suas linhas de produção.
“Chip expande nossa capacidade de entender o estado dos ativos em nossas fábricas e tomar decisões preventivas”, explicou Joe Robison, arquiteto de robótica da empresa.
Momento é crítico
No entanto, a apresentação tecnológica ocorre em um momento delicado. Nos bastidores, a Intel enfrenta uma demissão em massa de até 20 mil funcionários, número que a própria empresa classificou como “exagerado”, mas cuja possibilidade de cortes já foi confirmada pela liderança.
A recepção do robô, por isso, dividiu opiniões: enquanto para uns representa inovação e avanço, para outros é um símbolo de substituição silenciosa do trabalhador humano.
Jessica Unwin, engenheira de robótica da azulzinha, tentou reforçar a narrativa de colaboração entre humanos e máquinas. “Chip está aqui para tornar o trabalho mais seguro e inteligente, não para substituir as pessoas”, disse.
Ainda assim, a apresentação levantou questionamentos sobre o impacto social da automação e a responsabilidade das grandes empresas em proteger seus colaboradores em tempos de transição tecnológica. A Intel não sinalizou nenhuma política de compensação ou reinvestimento direto na comunidade trabalhadora, como programas de requalificação ou renda básica, o que acentuou o desconforto em parte do público.