Conforme publicado pelo Tom’s Hardware no último sábado (22), o governo dos Estados Unidos está considerando revogar isenções que permitem que fabricantes globais, como Samsung, TSMC e SK Hynix, utilizem equipamentos de produção semicondutora de origem americana em suas fábricas na China sem precisar solicitar licença individual.
Vale lembrar que a situação não é isolada, e a iniciativa faz parte de um esforço mais amplo para limitar a transferência de tecnologias críticas ao país asiático.
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Como funciona hoje

Empresas como Samsung, SK Hynix e TSMC operam com isenção “Valid End‑User” (VEU), que lhes permite importar máquinas de fabricantes como Applied Materials, KLA e Lam Research sem licenciamento caso não enviem para setores militares chineses.
O que muda com a revogação
Revogar essas isenções implicaria a necessidade de licenças caso a caso, dificultando ou adiando importações, o que afeta principalmente equipamentos de etapas como deposição e gravação (etch), menos sensíveis que scanners EUV, mas essenciais para upgrades de manufatura.
É importante destacar que as licenças podem levar meses e reduzir a eficiência das operações, impactando desde produção de memória flash até DRAM.
Repercussões geopolíticas e industriais
A medida pode tensionar relações com Coreia do Sul e Taiwan, grandes aliadas dos EUA cujas empresas seriam diretamente afetadas. Além disso, pode gerar interrupções na cadeia de suprimentos global, já em tensão devido a tarifas e controles anteriores.
Do lado chinês, a medida pode impulsionar ainda mais o desenvolvimento de equipamentos domésticos, empresas como ACM Research, AMEC e NAURA já cresceram cerca de 45 % em 2024.
Caminho até agora
A decisão está em análise no BIS (Bureau of Industry and Security) e ainda não foi aprovada, o Departamento de Defesa e o lado pró-negócios se manifestaram contra, temendo fortalecer a indústria chinesa com substitutos não‑EUA. Caso confirmada, a mudança se alinha com controles anteriores sobre chips avançados e ferramentas de fabricação.