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LTA: Profissionais da área da saúde comentam sobre a mudança de horário no Cross-Conference

Entenda os impactos fisiológicos e psicológicos que a alteração pode causar

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Começará no sábado (15), a fase Américas da LTA (League of The Americas), também chamada de Cross-Conference. O Brasil recebe quatro equipes da região norte que disputarão contra quatro representantes do sul a única vaga para o Fist Stand, primeiro torneio internacional de LoL (League of Legends) do ano.

 

 

No início do mês, a Riot Games mudou os horários dos jogos da fase Américas da LTA após a indignação da comunidade brasileira. Entretanto, mesmo com o ajuste, os games devem acontecer no período noturno, diferentemente do que aconteceu na fase regional, em que os times se enfrentaram a partir das 13h.

Para entender se as equipes brasileiras podem ser prejudicadas, a redação da Pichau Arena procurou profissionais da área da saúde que atuam nos eSports, confira.

 

Qual o papel da equipe de saúde nos esportes eletrônicos?

fisioterapeuta da VKS que disputou a LTA
foto: reprodução/ Riot Games

Para o fisioterapeuta da VKS (Vivo Keyd Stars), Leonardo Velloza, os papéis da equipe de saúde no âmbito dos esportes eletrônicos são: “reabilitação de lesão”, “prevenção” e “performance”.

O trabalho inclui desde o aumento da “qualidade muscular para o atleta suportar as diferentes cargas da rotina de treinamento e do jogo”, quanto “melhorar o humor e reduzir os efeitos da ansiedade e depressão” por meio da ação conjunta de todos os profissionais, podendo ser: fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo ou preparador físico.

A mudança de horário da LTA afetará os jogadores?

Pela perspectiva fisiológica

Sobre o tópico em questão, Velloza responde que um dos fatores importantes nesta equação é o “ciclo circadiano” que regula e equilibra o tempo que passamos “realizando as tarefas do dia a dia” e também o período do sono.

Cada indivíduo tem uma variação pessoal que pode resultar da “história pessoal, dos hábitos de vida, da profissão”. Mas apesar dessa variância, a equipe de saúde “procura adaptar a rotina de treino”, ou seja, há um esforço em“treinar o jogador a desempenhar o seu máximo, o mais próximo do horário do jogo possível”.

A resposta direta à pergunta levantada é que o processo de ajustar o pro player à rotina adequada “leva um tempo para acontecer”.

E, como o período de adaptação entre uma fase do torneio e a próxima é muito curto, Velloza conclui que “provavelmente dentro dessa janela vai ocorrer prejuízo de performance”. O profissional acrescenta ainda que terá uma perda“também para a torcida e para o próprio espetáculo”.

Pela perspectiva psicológica

O psicólogo da RED Canids (RED), Álvaro Burger, diz que a principal questão é a “preparação enquanto rotina”. Durante um torneio, a equipe profissional “se preparar ao longo da semana, e o costume é de estar sempre disputando o campeonato no mesmo horário”.

Com a mudança do primeiro jogo para às 16h na fase Américas, há um impacto em “toda a rotina, cognitiva, de sono, alimentação, humor dos jogadores” e etc.

No período noturno, se não houver a adaptação adequada, os atletas, provavelmente estarão “esgotados fisicamente, mentalmente, cognitivamente”. O profissional da saúde conclui, então, que “pode impactar sim negativamente em performance para os nossos jogadores aqui no Brasil”.

Burguer, entretanto, alerta que apenas após a conclusão da competição é que será possível “ter uma avaliação mais fidedigna do que de fato pode ter interferido ou não”.

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