Conforme publicado pelo WCCFTech nesta quarta-feira (21), a NVIDIA está enfrentando um momento crítico no relacionamento com o mercado chinês de inteligência artificial.
A empresa, que antes dominava com folga esse setor, viu sua participação despencar de 95% para cerca de 50% nos últimos quatro anos, com a retração acentuada ocorrendo em meio a um contexto geopolítico turbulento e crescente rivalidade tecnológica.
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Restrições de Trump seguem impactando

O cerne do problema está nas rígidas restrições de exportação impostas pelos Estados Unidos, pois autoridades americanas temem que chips de IA avançados da NVIDIA, como os modelos H100 e A100, estejam chegando a países considerados hostis, o que poderia comprometer a segurança nacional.
Com a chegada do governo Trump, as sanções vêm se intensificando, afetando drasticamente os negócios da verdinha na China. Embora o foco recente tenha sido o chip H20, estimativas apontam que milhões de unidades dos modelos anteriores já haviam sido vendidos no país.
CEO da NVIDIA se manifesta
O CEO Jensen Huang tem sido vocal em relação aos danos causados por essas restrições. Para o executivo, a China representa uma oportunidade de US$50 bilhões, quase R$300 bilhões na cotação atual.
Vale lembrar que a empresa já registrou perdas contábeis de US$5,5 bilhões (R$31 milhões) com os impactos imediatos e pode enfrentar um prejuízo total de até US$15 bilhões (R$85 bilhões) se as restrições persistirem.
Huawei tomando a dianteira
No mais, é importante destacar que o vácuo deixado pela NVIDIA está sendo rapidamente preenchido por empresas chinesas, em especial a Huawei.
A gigante de tecnologia não só avançou no desenvolvimento de chips de IA como também vem ganhando contratos com pesos pesados do setor, como Tencent, Baidu e ByteDance. Os chips Ascend 910B e 910C são considerados altamente eficientes para tarefas de inferência, e a solução em larga escala CloudMatrix 384 já disputa mercado diretamente com a arquitetura Blackwell da NVIDIA, usada em supercomputadores e data centers.
Apesar de continuar investindo em outras regiões, como Oriente Médio e Europa, a perda de influência na China representa um abalo profundo para a NVIDIA, que por décadas dominou esse território com folga. Com rivais domésticos fortalecidos e o ambiente político cada vez mais adverso, o futuro da empresa no maior mercado mundial de IA está cada vez mais incerto.