Conforme publicado pelo PCWorld na última segunda-feira (19), a Microsoft deu um passo ousado ao combinar inteligência artificial com pesquisa em materiais avançados.
Em um experimento apresentado durante a Build 2025, a empresa criou um fluido de resfriamento dielétrico, ou seja, que não conduz eletricidade, com auxílio de sistemas autônomos de IA e o testou submergindo uma placa-mãe ativa em pleno funcionamento.
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Vale destacar que o sistema não apenas resistiu à imersão, como também rodou o jogo Forza Motorsport sem falhas, demonstrando a estabilidade térmica e elétrica do composto.
Novidade beneficia meio-ambiente

A inovação vai além do desempenho. O novo fluido foi projetado com foco na segurança ambiental, sendo completamente livre de PFAS, compostos químicos comumente usados em sistemas de resfriamento, mas reconhecidos por sua persistência no ambiente e potenciais danos à saúde.
Para evitar essas substâncias, a Microsoft recorreu a um modelo de IA autônoma chamado Microsoft Discovery, que orquestrou agentes especializados para pesquisar, sugerir e filtrar moléculas promissoras a partir de critérios técnicos como rigidez dielétrica, ponto de ebulição e conformidade ambiental.
IA fez boa parte do trabalho
No mais, é importante mencionar que o composto selecionado pertence à família dos alquenos, hidrocarbonetos com dupla ligação, que oferecem estrutura flexível o suficiente para aplicações industriais específicas.
A IA, neste caso, não só indicou candidatos viáveis como também gerou a formulação exata que foi sintetizada e aplicada com sucesso em um sistema de hardware real. Diferentemente do uso comum de IA como assistente, neste caso a tecnologia assumiu o papel de pesquisadora, demonstrando autonomia criativa na resolução de desafios científicos.
Além da aplicação prática imediata, o experimento sinaliza o surgimento de uma nova abordagem para inovação técnica: o uso da inteligência artificial como ferramenta de descoberta e engenharia de soluções sustentáveis.
Embora a Microsoft ainda não tenha revelado planos comerciais para o fluido ou sua adoção em data centers, a demonstração pública mostra um caminho promissor para o uso de IA em áreas como novos materiais, energia e até farmacologia.