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Cientistas criam computador de fungos que atinge 6 KHz

Pesquisadores da Ohio State demonstram memórias fungo-orgânicas

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– Cientistas cultivaram micélio de shiitake e o transformaram em computador
– Avanço sugere que materiais orgânicos/fúngicos podem servir como componentes de memória
– Trata-se ainda de pesquisa em estágio inicial

Na última terça-feira (28), o PC Gamer publicou que pesquisadores da The Ohio State University desenvolveram resistores orgânicos feitos com micélio de shiitake, ou seja, fungos comestíveis, que demonstraram funcionar como dispositivos de memória com comutação de estados elétricos em aproximadamente 5.850 ciclos por segundo (~5,85 kHz) com ~90 % de precisão.

Os cientistas cultivaram o micélio dos fungos, desidrataram-nos, e então os conectaram a circuitos elétricos em que os fios eram colocados em diferentes partes do micélio.

Eles testaram voltagens, frequências e ligações diferentes para observar como o fungo reagia em termos de mudança de estado elétrico, ou seja, se o composto “lembrava” seu estado anterior, à semelhança de um resistor de memória.

Nos testes, descobriram que o dispositivo micélio-fungo pôde alternar estados a cerca de 5.850 Hz, mantendo ~90% de acurácia.

Ainda que tal frequência seja muito inferior à das memórias comerciais de alto desempenho (GHz, não kHz), o que chama atenção é que um material biológico, orgânico e biodegradável esteja demonstrando comportamentos de memória digital.

Por que isso importa

PC
Imagem: Reprodução/The Ohio State University

Esse trabalho abre portas para uma nova vertente chamada “bioeletrônica”, em que materiais vivos ou naturais, como os micélio de fungos, plantas, bactérias, poderiam servir como componentes em sistemas computacionais, especialmente para aplicações de sensores de baixo consumo ou ambientes extremos.

As vantagens potenciais incluem:

  • Produção de dispositivos de memória ou processamento com menor impacto ambiental (fungos cultivados vs. litografia complexa);

  • Materiais mais tolerantes a ambientes extremos (radiação, temperatura, até vetores biológicos);

  • Possibilidade de integração com sistemas biológicos ou de sensores em que a “vida” do material ou sua adaptatividade seja um diferencial.

Limitações e estado atual

Apesar do avanço, os pesquisadores são claros: ainda estamos em um estágio exploratório. A fase de frequência está em kHz, longe dos MHz ou GHz dos chips convencionais.

A miniaturização, estabilidade a longo prazo, integração com fabricação industrial e previsão de custos permanecem desafios. Além disso, “memória fungo” não significa que teremos um módulo DDR5-fungo amanhã.

É importante destacar que pesquisa publicada em jornais como PLOS ONE pela equipe da Ohio State é centrada em provar o conceito: micélio de shiitake funcionando como memristor com alternância elétrica, e não ainda em produtos comerciais

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