– Craig Barrett, ex-CEO da Intel, propõe que oito grandes clientes invistam US$5 bilhões cada (total de US$ 40 bi) para salvar a empresa
– Executivo defende demissão do conselho atual e o retorno de Pat Gelsinger como CEO para concluir a recuperação
– Aposta que sem essa injeção de capital, a liderança americana em fabricação de chips corre sério risco
Conforme publicado pelo Tom’s Hardware na última segunda-feira (11), o ex-CEO da Intel, Craig Barrett (que liderou a empresa entre 1998 e 2005), propôs um plano ousado e radical para resgatar a gigante dos semicondutores, em meio à crise contínua enfrentada pela companhia.
Em um artigo publicado na Fortune, Barrett criticou duramente a atual liderança de Lip-Bu Tan, apontando que os recursos financeiros são o principal gargalo que impede a azulzinha de recuperar a posição de vanguarda na fabricação de chips avançados, e não a estrutura ou estratégia interna.
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Barrett sugere que os oito maiores clientes da Intel (entre eles Apple, Google e NVIDIA) invistam US$5 bilhões (R$27 bilhões) cada, totalizando US$40 bilhões (R$215 bilhões) em capital fresco.
A justificativa? Em troca, esses clientes teriam garantia de fornecimento doméstico e vantagens de preço competitivas frente aos chips fabricados por concorrentes asiáticos como TSMC e Samsung.
Divisão da Intel não é possibilidade

Além disso, Barrett defende fortemente que a Intel não deve ser dividida ou fragmentada – ao contrário do que sugerem alguns – e, ao invés disso, que o conselho de administração seja demitido para permitir que Pat Gelsinger retome o controle e finalize o que havia começado como CEO.
Ele descreve as propostas de separar os segmentos de fabricação (Foundry) e design como “a ideia mais tola” para uma empresa tecnológica.
Intel enfrenta grave crise
A situação atual do Time Azul é crítica: com um prejuízo de US$18,8 bilhões (R$101 bilhões) em 2024 e mais US$2,9 bilhões (R$15 bilhões) no segundo trimestre de 2025, os investimentos públicos via CHIPS Act, embora grandes, ainda não são suficientes para promover um salto tecnológico sustentável.
Por fim, Barrett afirma ainda que sem essa injeção massiva de capital por parte de clientes estratégicos e apoio político (como tarifas sobre chips importados), a Intel corre o risco de perder a liderança fabril, enquanto rivais consolidam sua presença global.