Nos últimos dias, rumores sobre uma possível venda de parte do negócio de chips da Intel para a alguma outra gigante do meio ganharam força.
Neste primeiro momento, a Broadcom, gigante do setor de redes e tecnologia, que tem expandido sua atuação para áreas como armazenamento, cibersegurança e software de infraestrutura, surge como uma das favoritas no negócio. No entanto, um detalhe crítico e inusitadfo pode complicar essa negociação: o acordo de licenciamento cruzado entre a azulzinha e a AMD.
- Intel pode vender parte da empresa para outra gigante, entenda
- Como a IA levou a Intel ao maior crescimento em 2025
Acordo entre as gigantes já tem mais de uma década

Desde 2009, o time vermelho e a dona dos processadores Core possuem um acordo de licenciamento cruzado que permite que ambas utilizem diversas patentes uma da outra, abrangendo tecnologias essenciais como processadores x86 e as extensões (SSE e AVX), além de inovações em GPUs, DPUs e FPGAs.
O acordo garante que ambas as empresas possam desenvolver e comercializar os produtos sem preocupações com disputas judiciais sobre propriedade intelectual.
Porém, há uma cláusula fundamental nesse contrato: caso uma das empresas seja adquirida ou entre em um empreendimento conjunto que altere sua estrutura de propriedade, o acordo é automaticamente encerrado.
Ou seja, se a Intel se fundir com a Broadcom ou vender uma parte majoritária de sua operação, será obrigada a renegociar os termos do licenciamento com a AMD.
E se a negociação não ocorrer?
Caso a renegociação não ocorra, tanto a Intel quanto a AMD perderiam o direito de utilizar as patentes uma da outra, o que poderia impactar seriamente os produtos, incluindo processadores e placas de vídeo, tornando a transação altamente arriscada.
Um rompimento tão rápido e inesperado no acordo de licenciamento forçaria a azulzinha a redesenhar parte de suas tecnologias, o que poderia atrasar lançamentos e comprometer sua competitividade no mercado.
Broadcom tem potencial para mudar o mercado
A entrada da Broadcom no segmento de CPUs gerais por meio da aquisição da Intel criaria um novo concorrente para a AMD, principalmente no mercado de data centers, no qual o Time Azul já enfrenta dificuldades há alguns anos.
A Broadcom, que tem se consolidado como uma das principais desenvolvedoras de processadores personalizados para inteligência artificial, poderia fortalecer ainda mais sua posição caso concretize essa aquisição.
De maneira geral, os rumores sobre a venda seguem, e neste cenário um possível bloqueio por parte da vermelhinha baseado no acordo de licenciamento pode ser um fator determinante para o futuro dessa negociação.