Conforme publicado pelo Eurogamer no último sábado (22), a Microsoft está apostando que a inteligência artificial (IA) terá um impacto nos jogos eletrônicos tão grande quanto o que a computação gráfica (CG) teve na indústria cinematográfica.
Em uma recente entrevista, o CEO da empresa, Satya Nadella, destacou o potencial transformador de ferramentas como o Muse, modelo de IA generativa desenvolvido pela dona do Windows. Nadella comparou o estágio atual da tecnologia aos primeiros passos do ChatGPT, enfatizando que, embora ainda esteja em fase inicial, a tecnologia promete revolucionar a criação e a experiência dos jogos.
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O que é e como funciona o Muse?

O Muse, também conhecido como World and Human Action Model (WHAM), é uma inovação que visa auxiliar desenvolvedores na geração de conteúdo para jogos.
Treinado com dados de jogos existentes, como o “Bleeding Edge” da Ninja Theory, a novidade é capaz de replicar visuais, sons e mecânicas de jogo, facilitando a prototipagem e a adaptação de jogos antigos para plataformas modernas.
Embora atualmente o modelo produza imagens em baixa resolução, a Microsoft acredita que, com o avanço contínuo, o recurso permitirá a criação de experiências de jogo completas a partir de comandos simples, reduzindo o tempo e os custos de desenvolvimento.
Microsoft não quer substituir humanos
Nadella enfatizou que o objetivo da Microsoft não é substituir a criatividade humana, mas sim fornecer ferramentas que potencializem o trabalho dos desenvolvedores.
O executivo comparou o momento atual ao advento da computação gráfica no cinema, que ampliou as possibilidades criativas e transformou a forma como histórias são contadas. Da mesma forma, a IA generativa pode abrir novas fronteiras na narrativa e na interatividade dos jogos, oferecendo experiências mais imersivas e personalizadas aos jogadores.
Revitalização de jogos clássicos
Além dos benefícios na criação de novos conteúdos, a Microsoft vê na IA uma oportunidade para preservar e revitalizar jogos clássicos. Ao treinar modelos como o Muse com dados de jogos antigos, é possível recriar essas experiências em hardware moderno, garantindo que títulos históricos permaneçam acessíveis às novas gerações.
Vale destacar que é uma abordagem bem interessante para preservar a história dos games, além de oferecer aos desenvolvedores a chance de explorar novas ideias baseadas em fundamentos já estabelecidos.
As preocupações da indústria
No entanto, a introdução da IA na indústria de jogos não está isenta de desafios. Há preocupações entre desenvolvedores e jogadores sobre a qualidade e a autenticidade das experiências geradas por IA, bem como sobre o impacto dessa tecnologia nos empregos dentro do setor.
Por fim, Nadella reconhece essas preocupações, mas acredita que a IA, quando utilizada como uma ferramenta complementar, pode impulsionar a criatividade e a eficiência, levando a um crescimento econômico representativo e a uma nova era de inovação nos jogos eletrônicos.