Conforme publicado pelo VideoCardz nesta terça-feira (17), a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) segue firme rumo à supremacia na próxima fronteira do semicondutor: o nó de 2 nanômetros (2 nm). Após iniciar a pré-produção no final de 2024, a fabricante já informou que o N2 (nome interno do processo) entrará em produção em volume ainda em 2025.
O uso de transistores GAAFET (Gate-All-Around), combinados com engenharia de “backside power delivery”, torna o N2 consideravelmente mais eficiente em energia e desempenho, oferecendo ganhos de 10 a 15% em performance ou redução de energia de até 30%, além de densidade de transistores 20% maior que seu antecessor N3E.
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Rendimentos impressionantes e geografia estratégica

O que impressiona é a taxa de rendimento, cerca de 60% de chips sólidos por wafer, marca já alcançada no processo N2, comparada a meros 40% conseguidos por rivais como a Samsung.
Na fabricação de chips de memória, a TSMC chega a 90% de yield. Os números não apenas confirmam a liderança da gigante taiwanesa na escala de produção, mas também reforçam a reputação com clientes de peso como Apple, NVIDIA, AMD e MediaTek.
Além do agora iminente volume em Taiwan, a TSMC planeja ampliar a 2 nm nos EUA: fábricas no Arizona e em Phoenix devem operar até 2028. No total, nove novas instalações, entre fábricas e plantas de empacotamento avançado, estão previstas para 2025, com destaque para as localizadas em Hsinchu, Kaohsiung e Taichung.
Rivais em perseguição com desafios próprios
Enquanto isso, Samsung e Intel intensificam as próprias corridas. A sul-coreana mira a produção em massa de 2nm ainda em 2025, mas esbarra em rendimentos mais baixos e uma base de clientes menos consolidada.
Já a azulzinha aposta no processo 18A (equivalente ao nó de 2 nm), com lançamento previsto em 2025, incorporando os transistores RibbonFET e tecnologia PowerVia, porém ainda atrás da escala e experiência da TSMC.
Impactos esperados no setor
Por fim, a liderança técnica da TSMC representa uma guinada estratégica. Clientes que desejam chips superiores em eficiência e desempenho em smartphones, IA e data centers devem priorizar o N2.
Além disso, a disparidade em rendimentos e cronogramas cria barreiras de entrada para concorrentes e amplia a dependência global na TSMC, com implicações geopolíticas e de cadeia de suprimentos.