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eSports: 1° Congresso Brasileiro discute futuro das modalidades

Evento contou com diversas equipes e frentes dos jogos eletrônicos

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– 1° Congresso Brasileiro de eSports aconteceu na última terça-feira (07)
– Futuro dos jogos eletrônicos foi discutido com FURIA, paiN e Ubisoft
– Infraestrutura e maneira de alcançar mais o público entrou em pauta

O 1° Congresso Brasileiro de Esports (CBE 2025) reuniu na última terça-feira (7), em São Paulo, executivos do mercado, gestores públicos e representantes de grandes organizações para discutir o futuro do setor. O evento foi idealizado pela Trexx, em parceria com a FECAP e apoio da FERJEE e da CBGE.

A CEO da Trexx, Heloísa Passos, mediou o painel “Panorama do Esports Global: o Brasil como protagonista na América Latina”. Logo na abertura, questionou os convidados: “Quais os maiores desafios que enxergam como uma organização global e o que acreditam serem os principais obstáculos para quem ainda atua de forma local, dentro do Brasil?”

Publisher e poder público no mesmo palco

Leandro Montoya, Diretor de eSports da Ubisoft Brasil, reforçou o avanço da publisher na inclusão de novos públicos e destacou a falta de acessibilidade como o maior desafios dos jogos de computador.

“Nós temos a ambição do Rainbow Six Siege X se tornar um esporte global, que todo mundo no planeta inteiro tenha acesso a competir. É pretensioso, mas é o que queremos construir.

“Aqui (no Brasil), o acesso ao R6 ou qualquer outro jogo de computador, ou se precisa de um device, ou um computador caro, e a distribuição de renda do nosso país não permite que uma quantidade muito grande de pessoas tenha acesso a esse tipo de entretenimento, infelizmente. E mesmo assim, o Brasil é um grande campeão no cenário.”

“O lançamento do Rainbow Six mobile, foi uma tacada inteligente para conseguir suprir essa necessidade e popularizar mais o jogo. Já é um primeiro passo para a democratização do acesso ao cenário.”

Rainbow Six Mobile
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Mais de 92 milhões de brasileiros acessam a internet apenas pelo celular, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2022. De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2024, 74% dos brasileiros jogam algum tipo de game, com crescimento impulsionado principalmente pelos jogos mobile, preferidos por 48,8% dos jogadores devido à acessibilidade e praticidade dos smartphones.

Chandy Teixeira, da Prefeitura do Rio de Janeiro, destacou a importância da criação de políticas públicas voltadas aos esportes eletrônicos.

“O Brasil não é protagonista só na América Latina: é uma potência mundial. O Rio de Janeiro é o primeiro município com uma arena gamer pública, e temos trabalhado para transformar esse setor em motor de turismo, educação e economia.”

“Enquanto a Arábia Saudita investe meio trilhão de reais em games, o Brasil precisa, antes de tudo, formar lideranças públicas para esse debate.”

Em maio deste ano, o Rio de Janeiro foi palco do Re:lo:ad Rio 2025, o primeiro torneio da temporada competitiva de Rainbow Six Siege (R6) produzido pela BLAST e Ubisoft.

Foto: reprodução/Ubisoft

Investimento, talento e idioma

O Head of Business Development da FURIA, Diogo Gandra, destacou as dificuldades de atuar fora do país, especialmente no cenário de investimentos, na profissionalização do setor e nas barreiras de idioma.

“Há muitos anos o mercado está aquecido, cheio de oportunidade, mas também apresenta alguns problemas recorrentes. Ir para fora, internacionalizar, traz já de início uma barreira cambial em investimentos. Tudo o que fazemos precisa ser muito mais pensado e planejado, porque errar lá fora tem um impacto muito maior do que errar no Brasil em termos financeiros.

Além disso, o mercado de eSports apesar de bilionário ainda é um mercado recente. Hoje, a gente procura talentos de outros mercados porque precisamos de pessoas que tenham expertises importantes em diversas áreas de atuação, além de fluência em outras línguas. Entender sobre eSports é importante também, mas isso a gente ensina se precisar, afinal é muito fácil se apaixonar pelo tema.”

Foto: reprodução/PGL

Paixão brasileira e comunidade como diferenciais

Representando a paiN Gaming, Sharis Endres, CMO da organização, destacou o papel das equipes nacionais na consolidação do ecossistema gamer brasileiro. Ressaltou a importância da comunidade como força motriz do cenário e o poder do pertencimento como diferencial competitivo para as marcas que se conectam de forma autêntica com esse público.

“A força da nossa comunidade é a vantagem competitiva do Brasil. Existe uma linguagem própria, uma maneira autêntica de se conectar e, nesse contexto, cocriação não é mais uma escolha, é um caminho inevitável para as marcas que buscam um atributo que o marketing tradicional não alcança: o pertencimento.”

“Estamos diante de um novo capítulo: o entretenimento gamer está deixando de ser um segmento para se firmar como cultura mainstream. Participar deste universo requer autenticidade e consistência, pois essa comunidade valoriza quem contribui de forma real, e não quem busca apenas visibilidade.”  – Sharis Endres

Foto: Robert Paul/Riot Games)

O painel terminou com um consenso entre os participantes: o Brasil já é uma potência no cenário global de jogos eletrônicos, o próximo passo é estruturar o mercado, profissionalizar a base e ampliar o diálogo entre governo, publishers, organizações e comunidades.

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